Banco Central começa a estudar introdução do PIX internacional

Agenda evolutiva do método de pagamento conta também com PIX garantido e promete ainda mais aceitação no varejo

O Open Banking e a chegada do PIX são motivos de orgulho sobre a nossa capacidade de nos resolvermos como sociedade, ainda que a forma com que temos lidado com a pandemia sugira, para muitos, o contrário. No caso do PIX, a positividade é ainda maior quando olhamos para fora, já que no Brasil a instantaneidade das transações em tempo real tem sido melhor do que em países com vasta cultura digital e educação financeira. E este case de sucesso do setor financeiro brasileiro deve ganhar ainda mais projeção lá fora, com o PIX internacional.

“Ainda não está na agenda formalmente, mas já começamos as conversas para a introdução do PIX internacional, que é, por exemplo, para quando você se conecta a sistemas de pagamento instantâneos quando está lá fora e quer usar a funcionalidade para fazer remessa — ou para o turista estrangeiro que está no Brasil”, revela João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, no painel no CIAB FEBRABAN 2021 nesta quinta-feira (24).

Sem entrar em detalhes sobre as metas para lançamento do PIX internacional, Pinho de Mello fez um panorama geral da agenda evolutiva do método de pagamento para o resto de 2021. “Nossa agenda evolutiva é muito animada, com diferentes atributos ao longo dos próximos meses. No próximo trimestre, colocaremos o PIX Saque e Troco e o agendamento manual/chave. Para o quarto trimestre, o PIX poderá ser por aproximação, offline e ter mecanismo especial de devolução“, lembrou o diretor do BC, enfatizando que a expectativa é que o varejo embarque na possibilidade de saque e troco pelo fato deste ser uma inclusão financeira. “Em muitos lugares não há agências bancárias ou mesmo serviços de saque, mas tem uma venda, um supermercado”, acrescentou.

Para 2022, a agenda evolutiva do PIX inclui o PIX garantido, no qual compras parceladas no cartão de crédito ou por boleto passam a ser possíveis também pelo método instantâneo.

Aceitação no varejo e experiência de compra

Como lembra Pinho de Mello, os primeiros meses do PIX fez muitos questionarem sua penetração no varejo. Ainda que, na época, final de 2020, pudesse haver preocupações com segurança por conta do desconhecimento, o principal motivo para uma adoção mais lenta do setor em relação à adoção da pessoa física foi o preparo de equipes e tecnologia para o PIX. Hoje, o uso no comércio está deslanchando por trazer liquidez e facilitar as transações de forma geral.

“Com a padronização das APIs, do QR Code e construção com o mercado, a gente já vê soluções sendo implantadas para facilitar o uso no varejo”, comenta Pinho de Mello. “É natural que as pessoas se acostumem a usar e peçam cada vez mais ao varejo. A resposta do mercado é rápida.”

Elaine Shimoda, head de Inovação em Pagamentos do Mercado Livre e Mercado Pago, conta que o uso do PIX no e-commerce mantém a simplicidade do método. A diferença é que a compra é concluída com o PIX. “O que notamos foi que a compra no computador tem o uso do QR Code, enquanto no celular é com o ‘copia e cola’. No computador, a adoção tem sido tão boa quanto aos demais meios (como cartão), mas no celular ainda há bastante o uso do boleto. Mas o que temos visto é a população experimentando o PIX. Uma pesquisa que fizemos mostra que a maioria dos consumidores está usando o PIX, mas alguns têm alguma dificuldade — por exemplo, para entender que o PIX requer dinheiro em conta, e outros desconhecimentos.”

Ela frisa que a estratégia do marketplace é incentivar o PIX, já que o método reforça sua proposta comercial de ser o e-commerce com a logística mais rápida do Brasil. “O pagamento com boleto atrapalha nesse sentido. Nossa estratégia tem sido, no contato com nossos clientes (sellers), incentivar a aproveitarem a economia de custos que o PIX traz para fazer promoções de descontos e se aproximarem do consumidor, fazendo mais e melhores negócios. Por isso, a gente nem cobra os menores pelo serviço, que é para dar essa chance de aprimorarem seus negócios.”

 

Fonte: Consumidor Moderno, 24.06.2021



Publicado por: Assessoria de Comunicação
Data de publicação: 1 de julho de 2021