Fraudes no e-commerce cresceram 53% em 2020

Quantidade de transações cresceu proporcionalmente, apresentando aumento de 73,84% em comparação com 2019

O ano de 2020 foi atípico e desafiador para o mercado. As medidas de restrição, impostas para impedir o avanço da pandemia da Covid-19, forçaram os negócios a se adaptarem. Parte desse processo se deu com a adoção do e-commerce para conseguir acesso aos consumidores, isolados em suas casas. Mas mesmo esses ambientes digitais apresentam perigos.

De acordo com relatório publicado pela consultoria especializada em proteção de fraudes digitais ClearSale, o número de pedidos realizados em e-commerces cresceu 73,84% em comparação com 2019. Entretanto, o crescimento da quantidade de consumidores também veio acompanhado pela maior ação de fraudadores. No mesmo período, a quantidade de tentativas de fraudes no e-commerce aumentou 53,61%.

Os celulares foram os principais alvos dos consumidores, seguidos por veículos automotores e alimentos. De acordo com o diretor de Marketing e Soluções da ClearSale, Omar Jarouche, o principal motivo para a escolha desses produtos é a facilidade que eles possuem em serem revendidos. “O fraudador profissional não quer ficar com o produto, mas sim transformá-lo em dinheiro. Logo, tudo que é mais fácil de ser vendido será visado por esses criminosos.”

O aparecimento dos alimentos na lista, entretanto, é uma novidade. De acordo com Jarouche, a adição da categoria é um sinal do abalo econômico que tomou conta do país durante o ano. “Não conseguimos afirmar com exatidão. Mas é provável que durante a crise, as dificuldades de abastecimento de algumas regiões tenham alimentado a atividade dos fraudadores.” Vale a pena lembrar que em 2020 a inflação dos alimentos foi a mais alta desde a criação do Real. Produtos tiveram alta de 2,51%, com os preços da carne bovina e leite atingindo picos de crescimento de 38% e 57%, respectivamente.

Como identificar uma fraude?

Osmar Jarouche diz que existem diversos tipos de fraudes. São elas:

  • Fraude efetiva: quando os dados são adquiridos por meio de vazamentos, meios físicos (como assaltos) ou softwares maliciosos;
  • Fraude amigável: quando o fraudador é alguma pessoa próxima da vítima, como filhos ou pais;
  • Autofraude: quando a pessoa usa os próprios dados, faz a aquisição do produto e alega fraude para não precisar lidar com o compromisso da transação.

O fraudador se comporta de maneiras diferentes em cada tipo de fraude. Mas, em todos os casos, há alguns fatores que podem ajudar a identificar o ato.

Um deles é a análise do ticket médio das compras. De acordo com o relatório da ClearSale, um fraudador costuma gastar mais que o dobro do que um cliente habitual. “Isso acontece porque o fraudador tenta rentabilizar o máximo antes que a fraude seja descoberta. Logo, opta por produtos mais caros.”

O horário também pode fornecer pistas sobre possíveis atos criminosos. Ao contrário do que muitos pensam, as fraudes não são cometidas isoladamente no meio da noite. O relatório da ClearSale mostra que a maior parte dos fraudadores costuma seguir expediente em horário comercial – entre o período entre 10h e 23h.

Empresas especializadas também costumam manter um banco de dados, onde dados como os hábitos de uso de crédito são armazenados. Essas informações também podem ser acionadas com o objetivo de identificar padrões suspeitos.

 

Fonte: Consumidor Moderno, 10.02.2021.



Publicado por: Assessoria de Comunicação
Data de publicação: 11 de fevereiro de 2021